Obras foram desenvolvidas pelos estudantes que se inspiraram na Semana da Arte Moderna de 1922
As emoções se misturaram na tarde da última quinta-feira (27) na Escola de Referência em Ensino Médio Clóvis Beviláqua, no bairro do Hipódromo, Zona Norte do Recife. A ExpoClóvis, primeira exposição de quadros realizada pela unidade mesclou a felicidade dos estudantes que produziram belas obras inspiradas na Semana da Arte Moderna de 1922, com a saudade deixada pelos alunos do ensino médio Leon Barreto e Rafael Santos, falecidos no último domingo (23), e homenageados no evento.
Segundo a professora de língua portuguesa e organizadora da mostra, Rebeka Abreu, cerca de 400 estudantes participaram das pesquisas literárias e artísticas sobre a Semana de Arte Moderna, que aconteceu em São Paulo, no ano de 1922, marcou o inicio do Modernismo no Brasil e virou referência cultura para o século XX.Do total de alunos, 100 estiveram diretamente ligados à produção das obras de arte, resultando em 40 quadros.
“Nosso principal objetivo era aproximá-los do sentimento que predominou naquele período de 1922. Fazê-los discutir e desenvolver os elementos que permearam aquele momento e, dessa maneira, absorver os conhecimentos literários necessários para a formação acadêmica. Quando percebemos que os quadros ficaram muito bons pensamos em vendê-los para ajudar a festa de formatura dos concluintes do ensino médio”, diz.
Alguns alunos se sentiram tão próximos dos personagens que se fantasiaram e passearam pela Exposição vestidos de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Graça Aranha, Mário de Andrade, Oswaldo Andrade, entre outros. “Nós adquirimos muito conhecimento através de outras metodologias, que fixaram muito mais o nosso aprendizado. Nas pinturas, nos dedicamos a fazer boas releituras, mas com nossas características. Isso é importante porque mostra que temos talento e que somos capazes de fazer muito mais”, explica o estudante do 3º ano Mardones Neves, 19 anos.
Na ocasião, os colegas da unidade escolar homenagearam com painéis, cartas e músicas os estudantes Leon Barreto e Rafael Santos. “Nós resolvemos dedicar o trabalho a eles, porque sentimos muita falta. Eles foram muito importantes para todos aqui. Estávamos sempre juntos, eles se davam bem com todos, eram muito amigos e muito alegres”, declara Mirtes Lourenço, 20 anos, aluna do 3º ano.